PLANO-SEQUÊNCIA DESTACA 1917 NA BRIGA PELO OSCAR

Nesta semana, foi realizada a estreia de um dos filmes com mais indicações no Oscar 2020. Dirigido pelo cineasta inglês Sam Mendes, 1917 era um dos longas mais esperados deste ano, em virtude da grande aceitação por parte da crítica a respeito de sua qualidade técnica.

Sam Mendes, que já recebeu o prêmio de Melhor Direção pela Academia em 2000 pelo filme Beleza Americana, concorre na categoria novamente. Um aspecto técnico de destaque foi a opção pelo plano-sequência durante todo o longa (com cortes quase que imperceptíveis entre algumas cenas). O responsável por coordenar essa proeza fotográfica foi Roger Deakins.

Plano-sequência é uma filmagem feita por apenas um take, por isso é tão complexa. Para que ocorra, deve haver grandes ensaios que transformem a produção da cena em algo fluido e organizado como o funcionamento de uma engrenagem, não só por parte do elenco, mas principalmente das equipes de cinegrafia e produção. Diante disso, obras desse tipo são muito valorizadas, pois a complexidade técnica e narrativa se misturam. Um exemplo de filme completamente em plano-sequência é Birdman, que recebeu o prêmio de Melhor Filme no Oscar 2015.

Em 1917, o plano-sequência segue o dia de dois soldados que foram incumbidos da missão de levar uma mensagem a outro batalhão. Esse comunicado tem como finalidade avisar o grupo que a batalha para a qual estão se deslocando, na verdade, se trata de uma armadilha. Não bastasse a importância do aviso por si só, um dos membros do batalhão em perigo é irmão do soldado mensageiro, que deixa a missão ainda mais dramática.

A mistura dos fatores citados rendeu ao filme dez indicações ao Oscar deste ano, sendo um dos favoritos a receber mais prêmios no evento. 1917 já mostrou seu potencial vencendo em algumas categorias do Globo de Ouro e do Critics Choice Awards.

Ficha Técnica:

Texto: Gabriel Mota Arte: Gabriel Mota Direção de Arte: Guilherme Rocha Redator Chefe: Gabriel Mota