“Eu não sou racista, tenho até amigos negros”
- Lucas Hendrigoo
- 5 de jan. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 30 de mar. de 2020
Com base na frase popular “Eu não sou racista, tenho até amigos negros”, no ano de 2017 foi apresentada uma adaptação aos reatores de plantão, o filme “Get out”. Escrito e dirigido pelo comediante Jordan Peele, a obra retrata a frase cotidiana que todo mundo já escutou uma vez na vida por algum conhecido, parente, colega ou até mesmo amigo.

O roteiro coloca como protagonistas um casal inter-racial, Chris, (Daniel Kaluuya) um homem negro que está acostumado a ser visto de maneira diferente pela sociedade, devido à cor de sua pele, e Rose, (Allison Williams), uma mulher branca, que possui uma família religiosa totalmente racista.
Por compreender o que as pessoas pensam de casais inter-raciais, Chris argumenta com Rose sobre o fato dos pais dela não terem a mínima noção da cor de sua pele e as dificuldades que enfrenta por isso. Ela afirma que isso não é necessário pois tem uma família de mente aberta, e que, inclusive seu pai votaria no Obama mais uma vez.
Chegando na residência, Chris é recebido da melhor forma possível pela família de Rose, e mesmo assim, pode-se sentir um clima de tensão, como um rato em direção a ratoeira. Mas até então, a situação pode parecer algo natural já que é a primeira vez que ele vai se encontrar com os pais da sua futura esposa.
Apesar disso, a tensão volta a dominar as telas e a espinha dorsal de quem tem um pingo de humanidade, pois quando conseguimos reconhecer todos os empregados da casa pela cor da pele, e, como um rato, Chris acaba permanecendo na rota de colisão com o seu destino.
Chega, não vou me aprofundar mais do que 15 minutos de filme na matéria que você está lendo, até então, não sou o tipo de pessoa que pretende prejudicar a imersão de um (a) reator (a) de plantão. Em outras palavras, Get out pode ser visto como um novo modelo de terror psicológico, enaltecendo o que as pessoas fora do “padrão” passam em relações com a população que é considerada “normal”.
Mesmo com aquele fundo de humor de filmes do gênero tratado, podemos sentir que a cada riso gerado, o nervosismo do protagonista Chris. Apesar disso, existem algumas sequências de alívio cômico, feito pelo amigo de Chris (Lil Rel Howery), um personagem, que cuida do cachorro do personagem principal e que sempre ressalta os padrões de mortes dos atores negros em filmes de terror, falando sempre dos famosos clichês sobre o que vai acontecer com o Chris, caso ele não coopere com sua ajuda.
Para finalizar, de acordo com o site Rotten Tomatoes, o longa, teve 98% de aprovação pelos críticos e 86% pela audiência. Em outras palavras, apesar do filme fazer uma crítica enorme ao termo “Eu não sou racista, tenho até amigos negros” ele acaba colocando em primeiro plano o tema relevante e atual, racismo, de forma simples, direta e clara para que todos notem que ele ainda está presente na nossa sociedade, só que agora em forma de um terror psicológico que atinge centenas de pessoas todos os dias. E, claro, continue com a gente aqui no Reator, tem muita coisa boa te esperando como, por exemplo, a estreia do nosso programa no dia 01 de janeiro! Até a próxima!
Ficha Técnica:
Apoio: Juana Tannús
Texto: Lucas Hendrigo
Arte: Guilherme Rocha
Redator Chefe: Gabriel Mota
Comments