Empoderamento Feminino em séries da Netflix
- Ancião
- 27 de jul. de 2020
- 3 min de leitura
Duas séries, duas épocas, duas histórias diferentes, mas ao mesmo tempo bem semelhantes. É assim que descreveria as séries da Netflix “Coisa Mais Linda” e “As Telefonistas”.

Coisa Mais Linda se passe em São Paulo e Rio de Janeiro entre os anos 50 e 60, e conta a história de quatro amigas que buscam espaço na sociedade, lutando pela igualdade e direitos das mulheres sem perceberem. Apesar de ser aplicada a palavra feminismo quase não aparece na série.
Maria Luiza, uma das protagonistas, acaba de descobrir que seu marido desapareceu com o dinheiro que os dois abririam um restaurante no Rio de Janeiro e depois de sofrer o abandono, ela decide abrir uma casa de shows e para isso chama Adélia para ser sua sócia.
Adélia é uma mulher negra que tem seus segredos e que sonha em dar uma vida melhor para ela e sua filha, e ao ver uma grande oportunidade em sua frente aceita o pedido de Maria Luiza.
Lígia é amizade mais antiga de Maria Luiza e sempre sonhou em ser cantora, porém, ao casar com um homem que controlava suas roupas e a quantidade de palavras que ela falava, acabou desistindo de seus sonhos. Mas o destino lhe trouxe novamente esse sonho, dessa vez mais forte.
Por último, Thereza é a personagem mais feminista e que demonstra isso. Amiga de Lígia acaba conhecendo as outras duas protagonistas por meio da amiga. É uma jornalista que luta pelo direito das mulheres no mercado de trabalho e tem o apoio do marido, que, assim como ela, vive relações liberais com outros homens e mulheres.
A série já está tem duas temporadas e a terceira temporada será lançada em 2021.
As Telefonistas se passa na Europa, especificamente em Madri, em meados dos anos 20 e que conta a história de quatro amigas que saem de diferentes partes da Espanha para trabalhar como operadoras de telefonia em uma empresa que vai revolucionar o mundo das telecomunicações. Uma produção que fala sobre a luta de mulheres por espaço no mercado de trabalho e é cheia de boas intenções.
Lidia Aguilar, uma das personagens principais, na verdade é Alba, uma mulher misteriosa e fechada emocionalmente que teve uma infância e juventude difícil, por conta disso sempre lutou pelo o que é seu.
Carlota é a mais extrovertida do grupo, tem uma vida confortável, porém decide trabalhar para se livrar da dominação do pai que é um militar rígido.
Marga, uma moça ingênua que sai do interior para tentar juntar dinheiro para a família. Em Madri ela se torna mais vulnerável e encontra um porto seguro nas novas amigas.
E Angeles, é a melhor telefonista da companhia e a funcionária mais exemplar, divide seu tempo entre o emprego, os filhos e o marido abusivo, violento e traidor que não aceita o trabalho dela de telefonista.
A série já tem cinco temporadas, sendo que a última é dividida em duas partes finais.
Duas séries com histórias diferentes, porém bem semelhantes, não é?! Porém as duas séries mostram que pouca coisa mudou para as mulheres em mais de meia década.
Com bastante empoderamento feminino, ambas tem uma consciência coletiva, que expressa várias ações que fortalecem as mulheres. E ambas refere ao poder dado de uma mulher para outras mulheres e os espaços que foram dados a elas e que elas conquistaram sozinhas, assumindo um poder individual.
As duas produções da Netflix merecem ser assistidas e aclamadas. E se você quer entender um pouco desse empoderamento e o do feminismo na prática, indico que assistem, pois vale muito a pena.
Ficha Técnica:
Texto: Pietra Guimarães
Arte: Lucas Hendrigo
Direção de Arte: Guilherme Rocha
Redator Chefe: Gabriel Mota
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